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Schadenfreude*
Schadenfreude*

Quando a recuperação dos mercados se consolidou – em meses – do choque pandêmico e houve fortes aumentos nos «vencedores» da covid-19, com grandes divergências com relação aos “perdedores», taxas de juros em baixas e caindo, e nenhum sinal de inflação, surgiram vozes sobre a sustentabilidade dessas tendências e os riscos de tal cenário. O mais perigoso entre aqueles (i)fortes e rápidos aumentos nas taxas de juros e inflação e (ii)bolhas prestes a estourar em algum ativo.

Disso surge o medo que gerou o salto de quase 50 bps. na taxa de juros dos títulos do Tesouro estadunidense a 10 anos no mês passado. À medida que o mundo, especialmente os Estados Unidos, se recupera robustamente e com a perspectiva de permanecer assim pelo resto do ano, as expectativas de inflação estão se reorganizando para níveis ad hoc. O Fed de certa forma teria se antecipado a isso, pois, em agosto passado, fez uma alteração no que diz respeito à fixação do patamar da meta anual de inflação em torno de 2%, mencionando pela primeira vez um intervalo explícito para esse indicador com tolerância para ultrapassá-lo por certa medida.

Apesar disso, considerando que após a crise de 2008 a economia global e os mercados nunca souberam mais sobre a inflação, e que desde então as taxas de juros têm permanecido em mínimas históricas, não é surpresa o «susto» que se instalou nos mercados nos dias de hoje. A chave é monitorar a magnitude dos aumentos das taxas e aumentos nas expectativas de inflação, e se eles estão sendo dados por razões «certas». Em termos de magnitude, a taxa de referência dos títulos do Tesouro chega a cerca de 2%, na medida em que isso permanece acompanhado de crescimento da qualidade, tanto econômico quanto corporativo, não deve ser alarmante. Segundo o Goldman Sachs, para que as expectativas de inflação se materializem, essa taxa teria que chegar a 3%.

Os aumentos rápidos e acentuados nas taxas de juros de mercado recentes não parecem ser fatores fundamentais, mas sim têm sua origem nos «vigilantes do mercado de títulos»(bond market vigilantes), que são investidores em desacordo com as políticas monetárias e as consideram inflacionárias, por isso vendem títulos para empurrar taxas de juros para cima.

*Em alemão, substantivo que significa alegria pela desgraça alheia. Schaden: dano. Freude: alegria.

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